segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Esse é um e-mail que eu recebi, já faz um bom tempo, que estava circulando na net e, ao futricar nas minhas pastas e arquivos antigos, o achei e gostaria de partilhar com todos, ou quase todos, para não dizer os poucos que tem saco pra ficar mexendo nessas futilidades de blog assim como eu. Esse excelente texto fala de um dos maiores problemas nos meios de comunicação de hoje: a ignorância.


“E agora vamos falar com os nossos heróis…”.
Essa foi a saudação infeliz usada por Pedro Bial ao se dirigir aos participantes do programa Big Brother Brasil: Se alguém se encontrar com ele, pergunte-lhe, por favor, qual a definição de “herói” no dicionário dele…
No meu, Herói é uma coisa muito diferente…


Herói é a Dra. Vanessa Remy-Piccolo, jovem pediatra francesa de 28 anos de idade. Ela que abriu mão do seu conforto para servir na África, como voluntária do programa Médicos sem Fronteiras.

Ela que nos relata que cansou de atender crianças que com um ano de idade pesavam em torno de 3,6 kg, que corresponde ao peso de um recém-nascido. Herói que relata que muitas mães chegam até ela dizendo que levaram os alimentos doados para casa, mas que seus filhos parecem que desaprenderam a se alimentar e se recusam a abrir a boca.



Herói é Martial Ledecq, cirurgião voluntário do Médicos
sem Fronteiras, que, arriscando a própria vida, atende, em meio a bombardeios, os civis feridos num Hospital de Tebnine, sul do Líbano, vítimas de uma recente guerra que de tão nefasta não poupou nem os observadores da ONU, e nem mesmo as equipes de ajuda humanitária internacional.

Herói, meu caro Pedro Bial, é quem, nestes dias desleais em que vivemos, enxerga o sofrimento alheio, e se prontifica a amenizá-lo no que estiver ao seu alcance.

Herói são aqueles que abrem mão dos confortos pessoais em prol do coletivo, aqueles plenos de uma vida na qual a paixão sobrepuja a omissão…

Atendimento em clínica móvel, Muzafarabad, Paquistão.

Campanha de vacinação para prevenção de meningite, em Gonder, Etiópia.


Herói é aquele que é solidário, que partilha dons e bens…


Voluntária do MSF, trabalhando por um mundo melhor, na Indonésia.

Mas há também muitos heróis que falam a nossa língua…
E não são as “celebridades” instantâneas do BBB. Embora estejam pertinho da “casa mais vigiada do Brasil”.


Heróis como Jacinta, enfermeira do projeto Meio-fio, promovido pelo Médicos sem Fronteiras no Rio de Janeiro, que examina mãe e filho, moradores de rua.




Heróis como a médica Renata, que visita aqueles que nem aos precários serviços de saúde pública têm acesso, como este morador de rua, no Largo da Carioca, centro do Rio de Janeiro.









Heróis como o educador Altayr, que partilha seus conhecimentos com uma moradora de rua no centro do Rio de Janeiro.




Heróis como a psicóloga Andréa, que, a exemplo da pediatra francesa, semeia saúde e esperança, por onde passa.


Heróis como a enfermeira Eriedna, que aqui atende o Sr. Nilton no núcleo de atendimento do Médicos sem Fronteiras.

Heróis como Sr. Nilton, que com o apoio recebido conseguiu encontrar um trabalho, e hoje não mais mora nas ruas.




herois como Sr. João, um dos moradores de rua atendidos pelo projeto Meio-fio, que relata:
“De manhã eu começo a circular igual a um peru doido. Eu só paro na hora do almoço e depois, à noite, pra dormir. Mas catar latinha não é fácil não. Hoje em dia tem uma concorrência muito grande pelas ruas”.
Será que o Sr. João resistiria à tentação de catar as latinhas e garrafas de bebida vazia, com as quais a produção do BBB tenta a todo custo embriagar os participantes do programa nas festas que promove?
Sr. João provavelmente juntaria as latas sim, escondidas num canto da casa, para quando a fama instantânea passar…


Quando um cara que já foi dos mais brilhantes repórteres do país, vibra e discute os namoricos, as intrigas e as futilidades do programa BBB como se fossem o assunto mais importante da atualidade, é sinal de que algo está lamentavelmente errado…

É preciso acreditar que um outro mundo é possível.
E pequenos gestos poderão produzir mudanças significativas.

Um ato simples, que certamente poderá resultar em benefícios concretos, será o de iniciar uma campanha de conscientização para que ninguém mais atenda aos apelos melodramáticos de Pedro Bial, e que, ao invés de efetuar ligações para o programa Big Brother, contribua para entidades que atuam em prol de causas sociais.
A cada paredão, com milhões de ligações para o programa, os centavos e centavos pagos formam rios de dinheiro, e engordam ainda mais as já milionárias fortunas dos donos, diretores e apresentadores televisivos…
Se você tem algum amigo, familiar ou conhecido que liga para o programa, aconselhe-o, ao invés, a doar a quantia para algum programa humanitário.
Ao invés de ligar para o Big Brother Brasil, contribua com alguma instituição que realmente precisa de ajuda.
E não faltam entidades sérias que contam com o nosso apoio para prosseguir com suas nobres atividades.
Listagem de algumas outras entidades e projetos:

Certamente existe alguma instituição de amparo aos necessitados atuando na tua cidade.
Os recursos destas instituições provêm, na sua maior parte, do apoio voluntário – material e humano – necessitando, portanto, de nosso auxílio e colaboração para que possam fazer diferença e recuperar o valor da vida dos tantos destituídos, excluídos da sociedade.












Quem são os teus heróis?

Quem são as tuas heroínas?




Vamos deixar a cargo dos familiares dos participantes, que têm interesse particular no assunto, decidir se fulaninho ou fulaninha deve ou não sair do programa.
Colabore com quem realmente precisa de você.
(Gabriel.sperb):
Vale ressaltar minha indignação ao ver um repórter que já foi responsável pela apresentação de importantes fatos da história, como a cobertura da queda do muro de Berlim, em 1989. E agora se rebaixa a promover propagandas do per-pay-view
Para assistirmos ao bbb 24 horas por dia, como se não tivéssemos “nada” para fazermos, e como se fossemos burros por estar perdendo tempo ao em vez de correr ao telefone a assinarmos essa idiotice.

domingo, 9 de agosto de 2009

realidade alternativa??? ou realidade ignorada???



O brinquedo hello kitty o mais caro do mundo, que custa cerca de R$ 350 mil, a venda no japão; Feito de platina, a boneca em miniatura tem diamantes, rubis e ametistas em seu lacinho.







novo brinquedo da empresa Sega, o robô de estimação I-Dog, que toca música e dança.










Ainda bem que a Mãe Natureza, sempre gentil, se recorda das crianças esquecidas, presenteando-as com animais de estimação de verdade, que, mesmo sem tocar música, são mais queridas por elas.

























Broche em forma de tarântula, uma das peças da exposição "Pérolas, Opulência e Obsessão“, realizada em Sidney. Uma rara pérola é o abdome da aranha, cujo tórax é formado de safiras douradas, o olho é de rubi, e as pernas são de ouro incrustado de diamantes. Preço, sob consulta.







Crianças se esquentam ao redor do fogo em Mohammadpur, Bangladesh. No inverno, as ondas de frio matam dezenas de pessoas por semana.






Criação do estilista francês Jean-Paul Gaultier. Alta costura européia; em que mundo eles vivem?





Criação de um estilista anônimo.
Baixa costura africana; em que mundo eles vivem?









Ovo de Páscoa decorado com diamantes é exibido em La Maison du Chocolat, em Londres. Valor: 89 mil dólares.













Imigrante ilegal africano rasteja exausto ao chegar a uma praia européia. Ele e outros 38 africanos realizaram a penosa jornada desde a África num barco improvisado. Todos foram mandados de volta.
Não foi desta vez, tente novamente...







Banheira de ouro, exposta na Feira dos Milionários, em Xangai, China. A feira exibe peças exóticas, e tem como público alvo, como diz o nome, os novos milionários do país.






Enquanto isso, em uma tenda improvisada, uma jovem mãe prepara a refeição da família, e cuida, como pode, dos filhos pequenos.










Carro Rolls-Royce em exposição na cidade indiana de Bombaim; a empresa voltou a ter concessionária no país depois de 50 anos.
São os bons ventos da globalização, produzindo, a exemplo da China, novos milionários também na Índia.







Tambem em Bombaim, dentre as centenas de pedintes que passam o dia a perambular pelas ruas, mãe e filho são molhados pela chuva fina.
Infelizmente, nestes tempos de globalização, da farta mesa dos contemplados caem cada vez menos migalhas para os excluídos...







Milhares de jovens ávidos consumidores formam filas nos Estados Unidos, na esperança de estarem entre os primeiros americanos a comprar o novo jogo eletrônico da Sony, o PlayStation 3 (PS3).
Dezenas de milhões de dólares gastos em marketing provocaram um frenesi similar também no Japão e na Europa.







Milhares de crianças que sofrem de desnutrição aguardam numa fila organizada por entidade de ajuda humanitária.
É a dura realidade dos refugiados africanos, obrigados a abandonar seus lares devido às sangrentas guerras civis que assolam a África, transformando nações em campos de batalha.
As crianças são sempre as primeiras vítimas.



Agüentem fortes, ó jovens norte-americanos enfileirados na região central de Manhattan, em Nova Iorque!
Afinal, o PS3, além de executar jogos, tem conexão à internet e permite o download de vídeo e música e ainda exibe filmes em seu drive de DVD de alta definição no padrão de última geração Blu-ray.





Agüentem firmes, ó crianças do campo de refugiados de Thuri Park, na Caxemira!
Afinal, o frio castiga e a fome assola, e sem a sopa que vos espera não conseguireis enfrentar as duras realidades que vos traz cada novo dia...





Angie e Peter Plashkow. O jovem casal resolveu acampar em frente à loja Best Buy, de modo a garantir seu aparelho PlayStation 3.
Nada como um ideal na vida para fazer com que o ser humano deixe a segurança e o conforto de seu lar, e resolva encarar novos desafios.
Como não poderia ser diferente, prepararam-se para os duros dias pela frente com amplo estoque de hambúrgueres, refrigerantes e salgadinhos...



Criança somaliana tenta sobreviver em acampamento para refugiados no Quênia.
Quanto tempo ainda levará para que a humanidade perceba que deste jeito não dá para continuar...?







E eis o radiante vencedor, Angel Paredes, que comemora a compra de seu PlayStation 3, o primeiro a ser vendido em Nova Iorque.
Howard Stringer (à dir.), presidente da Sony Corporation of America, e Kaz Hirai, presidente da Sony Computer Entertainment of America, comemoram os milhões de dólares que faturarão.






E este garotinho da Libéria foi o primeiro da sua fila de mingau; mas não chegou a comemorar, pois os demais cederam-lhe o lugar, por sua desnutrição aparentar ser a mais severa do grupo (ninguém gostaria de vê-lo sucumbir na fila)...













Angel Paredes, especialista do mercado de ações, de 31 anos de idade, exibe com orgulho seu troféu.

E como não podia ser diferente, virou uma celebridade instantânea.
Ganhou os jornais, foi entrevistado em talk-shows, e em seu discurso de vitorioso disse que, nos quatro dias que passou na fila, enfrentou, entre outras dificuldades, um temporal, e que experimentou na própria pele o desconforto, mas que valeu a pena, pois chegar em casa, tomar um rápido banho e começar logo a jogar o PS3 não tem preço...





Triste herói dos nossos tempos...